Minha experiência com Empreendimentos em Informática
Mais um período estava para começar e eu ainda não havia decidido quais cadeiras eu iria pagar. Foi quando eu vi no Siga que uma das cadeiras que estavam disponíveis para mim como eletiva era Empreendimentos em Informática. Na mesma hora me animei, sempre gostei muito dessa área e tenho o sonho de ter a minha própria empresa algum dia, por isso acho muito válido todo e qualquer novo aprendizado sobre empreendimentos. Me matriculei e torci para conseguir uma vaga. Consegui. Chegou o primeiro dia de aula e desde ali eu já estava adorando.
A primeira coisa que precisamos fazer foi montar o nosso Perfil Empreendedor. Fiquei logo curiosa, não estava familiarizada com o conceito. Para montarmos nosso perfil era preciso que fizéssemos o teste de personalidade do site "16 Personalities" e algum teste de perfil empreendedor. Pesquisei alguns, mas o que eu achei mais propício para o objetivo foi o do Sebrae. Depois disso, respondemos um questionário feito pelo professor sobre qual era o nosso objetivo na disciplina e montamos uma apresentação individual sobre as áreas temáticas que nos interessam pessoalmente, conectando com os 100 openstartups, ODS (Objetivos de desenvolvimento Sustentável) e outros grandes temas. Nessa parte a minha maior dificuldade foi ter que filtrar minhas escolhas entre os temas disponíveis, uma vez que muitos dali me interessavam, mas tínhamos que focar em algo, por isso escolhi Cidades Inteligentes e Inovação.
Após isso, começou o processo de formação de equipes. As escolhas deveriam ser feitas baseadas nos nossos interesses, para que todos se sentissem motivados a estarem trabalhando no projeto. Acabei me unindo a um grupo que decidiu integrar Cidades Inteligentes com Automação, pois alguns membros se interessavam por isso e tinham experiência na área.
Em paralelo a isso, devíamos montar uma apresentação sobre o que é uma Startup, abordando tópicos como "Qual a diferença entre startup e uma empresa e micro-empresa?". O professor também pediu para que tentássemos incluir startups nascidas em Universidades e, de preferência, na área da temática que nós escolhemos. A minha escolha foi a InLoco, Startup nascida na Ufpe (Mais precisamente, no CIn), fundada por André Ferraz. Atualmente, objetivo da In Loco Media é oferecer anúncios geolocalizados em dispositivos mobile.
Na próxima etapa migramos para o conceito de inovação, foi pedido que cada aluno lesse sobre e formulasse uma resposta para a pergunta "O que é inovação?". Depois de ler as definições de alguns especialistas, cheguei a minha própria: “Criar coisas novas ou aprimorar as já existentes, visando agregar valor e garantir melhor qualidade de vida”. Busquei tentar trazer um pouco sobre cada aspecto do que eu tinha pesquisado e englobar numa única frase.
Nesse momento passamos a analisar o passado. Gosto de pensar que isso se baseia naquela frase de Heródoto "Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro". Acredito que não é possível, ou é, no mínimo, mais difícil, entender integralmente o presente sem analisar o passado. A humanidade está constantemente em mudança, mas também tem muitos padrões repetitivos ao longo da história e estudar essas semelhanças e diferenças pode nos ajudar muito a compreender melhor nossa realidade. Diante disso, acho muito válida a atividade que fizemos. Analisamos tendências do passado para identificar drivers do futuro e depois fizemos uma coleta de sinais e grandes transições relacionadas à temática da nossa Startup. Identifiquei sinais de mudanças ambientais, políticos e até mesmo alguns produtos e serviços. Atrelei isso a algumas transições que observei como a devagar, mas crescente, transição do uso de carros emissores de gases poluentes para o uso de carros elétricos. Achei muito interessante esse estudo, abriu a minha mente para algumas coisas e já me fez começar a ter uma perspectiva diferente sobre a temática.
Já tínhamos aprendido bastante, mas ainda faltavam alguns conceitos para que pudéssemos seguir em frente no processo de montar a nossa Startup. Ciente disso, o professor dividiu a turma na metade e pediu para que cada grupo pesquisasse sobre Lean Startup ou Customer Development, respectivamente. Com as pesquisas feitas e as apresentações prontas, pudemos fazer um comparativo entre os dois na aula e decidir qual abordagem seria melhor para a Startup de cada um.
Com o modelo de negócio e a temática escolhidos, partimos para a descoberta de oportunidade das nossas Startups. Nos baseamos nas etapas do Where to Play. Geramos nosso conjunto de oportunidades de mercado, avaliamos a atratividade da oportunidade de mercado e projetamos nossa estratégia de foco ágil. Depois de passarmos individualmente por cada etapa do processo, era hora de juntarmos o que cada um tinha produzido para chegarmos em um denominador comum final, entretanto foi nessa etapa que eu mais tive dificuldade. Desde o começo a comunicação com minha equipe foi deficitária, acredito que todos estavam muito ocupados e por isso não conseguíamos fazer as coisas como equipe, acontece. Porém, nessa etapa eu realmente não obtive nenhuma resposta da equipe em tempo hábil, portanto eu mesma tomei algumas decisões sozinhas e segui a partir daí.
Chegando na reta final do nosso semestre letivo, o professor nos pediu para ler o primeiro capítulo do livro "Running Lean", criar uma entrevista de problema, baseada no template do livro, e aplicá-la com pelo menos uma pessoa por membro. Montei o roteiro da entrevista e entrevistei duas pessoas, Patrícia Souza e Jules Rimet. "Trânsito caótico e desorganizado", "Não é seguro", "Ficar parado em sinal desnecessariamente lhe expõe", "As coisas não parecem coordenadas". Esses foram os principais problemas identificados, com ênfase no primeiro e no último. Diante dessas respostas, trabalhei objetivando solucionar as principais dores. Após esse primeiro momento, montei a entrevista de solução, também baseada no modelo do livro, e apliquei com as mesmas pessoas. Com todas essas informações coletadas, cheguei a uma ideia final que atingia exatamente na solução dessas principais dores:
Um sistema que facilite e otimize o trânsito na região em que ele seja aplicado. Ele irá sincronizar os tempos dos semáforos para melhorar do fluxo do tráfego, otimizar o tempo de cada semáforo de acordo com a necessidade de cada momento e encurta o tempo do semáforo caso seja possível (por exemplo, se em algum momento em um cruzamento um lado está com muito fluxo e o outro está mais livre, o sistema irá aumentar o tempo para o sinal do lado com mais fluxo, visando desinchar essa via). Além de melhorar a fluidez e sincronismo do trânsito, evita que as pessoas fiquem expostas paradas sem necessidade nos semáforos.
Estou escrevendo esse texto após finalizar todo esse processo. Posso dizer que estou muito satisfeita com o resultado, acho que é uma solução eficaz e de impacto na sociedade. Além disso, sinto que aprendi muita coisa nova e útil ao longo do semestre, são coisas que eu consigo de fato ver a aplicação prática no mundo real e no mercado de trabalho, por isso pretendo dar continuidade a esse aprendizado. Quem sabe eu não uso esses passos para montar a minha própria empresa?